Boato

Joris Lacombe e Victor Roviran conhecem-se em Lisboa, no curso livre da Fundação Ricardo do Espírito Santo, no Instituto de Artes e Ofícios.

Joris Lacombe, francês, e Victor Roviran, espanhol, converteram-se à marcenaria depois de terem feito percursos noutras áreas: Joris Lacombe trabalhou dez anos como engenheiro mecânico e desenhador industrial e decidiu fazer a reconversão profissional dentro da marcenaria. Depois de ter trabalhado como chefe de produção, dando apoio técnico em grandes fábricas, quis dedicar-se a um trabalho mais manual, e criar um negócio local. Já Victor Roviran, formado em História e Gestão Cultural, vem de Barcelona para Portugal em 2011, tendo trabalhado durante cinco anos como formador de Espanhol. Ambos, sempre tiveram vontade de trabalhar com madeira e, quando surgiu a oportunidade, ingressaram no curso livre da Fundação Ricardo do Espírito Santo, no Instituto de Artes e Ofícios, em Lisboa, recebendo aulas do mestre Victor Castro. Foi aí que se conheceram. Quando acabaram o curso decidiram arrendar um espaço e, em 2015, lançaram a Boato.

A sua filosofia é acompanhar os projetos do início até ao fim: desde a conceção, passando pelas fases de realização, acabamento, entrega e montagem.

A sua filosofia é acompanhar os projetos do início até ao fim, ou seja, da conceção com o cliente, a partir do desenho inicial, projetam a peça em 3D, mostram diversas visualizações, fazem as alterações necessárias até o cliente ficar satisfeito com as peças, passando depois pelas fases de realização, acabamento, entrega e montagem. No site encontram-se vários exemplos de trabalhos relevantes que executaram, de entre os quais ressaltamos: um aparador multimédia de cantos redondos em marcenaria tradicional; uma mesa de café maciça em madeira de jatobá; uma mesa de carvalho extensível; um aparador em cerejeira em contraplacado folhado de cerejeira americana e faia maciça e acabamento com cera de abelha e uma ponte de estilo japonês em madeira maciça de pinho e encaixes com respiga. Os seus clientes são sobretudo particulares e empresas, como hotéis, restaurantes, clínicas, etc.

Joris Lacombe e Victor Rovani acreditam que há muitas pessoas com interesse na aprendizagem do ofício, mas que, por outro lado, muitas delas têm uma visão idealista da marcenaria.

Joris Lacombe e Victor Rovani acreditam que há muitas pessoas com interesse na aprendizagem do ofício, mas que, por outro lado, muitas delas têm uma visão idealista da marcenaria. No final do curso que fizeram no Instituto de Artes e Ofícios, nenhum aluno ficou a trabalhar na marcenaria. Este é um trabalho difícil e desgastante, com necessidade de um grande investimento inicial e posteriormente, um desafio diário: tem de ser uma paixão. Mas também há um grande retorno para quem encontra satisfação no trabalho e Joris e Victor acordam felizes por ir trabalhar.