Oficina da Emenda

A Joalharia é uma expressão quase
antropológica das sociedades humanas.

Responsável:
Paula Paour

Morada:
Rua da Emenda, Nº 39
1200-169 Lisboa

Telefone:
+351 93 651 36 19

Facebook:
@Oficina-da-Emenda

E-mail:
paula.paour@gmail.com

Áreas de Trabalho

Joalharia

Maquinaria

Laminadoras / Motores de polir / Motor de suspensão / Engenho de furar

Área

60 m2

Aberta desde

2017
Oficina da Emenda – Fotografias: Mariella Gentile

Fazer jóias é para si um ato de chegar perto dos outros, através de peças que não são evidentes.

Quando termina o 12º ano tem dúvidas sobre a sua orientação profissional. Várias áreas despertam o interesse de Paula Paour e acaba por chegar à conclusão que a Joalharia seria uma das que mais a intrigava e exercia um certo fascínio. Por outro lado, também estava relacionada com uma expressão quase antropológica e histórica das sociedades humanas e, portanto, nessa fase de dúvidas e de vontade de romper com o esquema tradicional da escolaridade, decidiu ir para o Ar.Co – Centro de Comunicação Visual fazer o curso de Ourivesaria. No final do seu período de aprendizagem, no início dos anos 90, abre um ateliê com alguns colegas. O enquadramento financeiro do país nessa altura, devido à entrada na Comunidade Económica Europeia, permitia o desenvolvimento de workshops, exposições e simpósios a nível nacional, que tinham bastante mobilização e significado, tendo sido uma época importante.

Até uma certa altura os homens, com mais poder aquisitivo, eram aqueles que compravam as peças de mais valor, uma tendência que está a mudar.

Sentindo falta de algo que lhe desse alguma estrutura em termos de metodologia de trabalho, e continuando a interessar-se pelo lado histórico da Joalharia, ingressa no curso de História, com a variante de História da Arte, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Contudo, nunca se desliga da Joalharia e mantém essa como a sua principal ocupação. A relação com o Ar.Co mantém-se também através de exposições e das aulas de História da Joalharia. Dá também aulas na Escola Superior de Conservação de Restauro, onde esteve a lecionar ao longo de dez anos uma cadeira sobre técnicas básicas de Joalharia.

A Baixa Pombalina sempre foi o centro nevrálgico dos ofícios: o cravador, o vendedor de pedras, o relojoeiro, entre outros. A proximidade, o relacionamento entre todas estas profissões é essencial.

Considera que os seus trabalhos mais relevantes não proporcionam grande exposição. Naquilo que diz respeito a trabalhos de encomendas, há muitos que lhe dão um prazer particular. Tem peças que faz regularmente como tem peças que nunca mais volta a fazer. Fazer jóias é para si um ato de chegar perto dos outros, através de peças que não são evidentes. Os seus clientes são sobretudo colecionadores, particulares. Até uma certa altura os homens, com mais poder aquisitivo, eram aqueles que compravam as peças de mais valor, uma tendência que está a mudar.

Vive na Baixa e para Paula Paour continua a fazer sentido ter um ateliê neste sítio. A Baixa Pombalina sempre foi o centro nevrálgico dos ofícios: o cravador, o vendedor de pedras, o relojoeiro, entre outros. A proximidade, o relacionamento entre todas estas profissões é essencial. Tem de haver mecanismos de cooperação entre as diferentes atividades. A Baixa tem tudo a ganhar em ter esta possibilidade de ter uma vida própria, que lhe dá sentido, para além do turismo.