Alessandra Romani

A cerâmica é uma arte ancestral
que fala connosco.

Responsável:
Alessandra Romani

Morada:
Mitó Creative Site
Rua de Arroios, 95 A
1150-053 Lisboa 

Telefone:
+351 96 430 49 49

Site:
www.inspiredbyarts.com

E-mail:
inbox.romani@gmail.com

Áreas de Trabalho

Cerâmica / Decoração / Olaria

Área

10 m2

Aberta desde

2014
Alessandra Romani – Fotografias: Mariella Gentile

O desafio de Alessandra Romani é passar para 3D objetos de quadros icónicos com existência bidimensional.

Trabalhava em Design de Interiores quando teve o primeiro contacto com a cerâmica em 2002, no Ar.Co – Centro de Comunicação Visual, onde fez um curso em regime pós-laboral. Depois desse ano, juntamente com um grupo de colegas, dirigiu-se à Escola Artística António Arroio, com a proposta de aí terem acesso a workshops para adultos. A escola aceitou e, durante dois anos, frequentou aulas de gesso, olaria, escultura de grande formato, pintura em azulejo, vidrados, porcelana, entre outros. Em paralelo, com duas colegas do Ar.Co, abriu a primeira oficina em Alfama, onde se manteve até 2006. Aí, para além de organizarem algumas exposições, participaram numa exposição do Museu de Cerâmica de Sacavém, onde obtiveram uma menção honrosa. Aos poucos, foi procurando a sua linguagem e, em 2014, numa exposição de pintura na Fundação Calouste Gulbenkian, olhando para as formas das naturezas mortas, sobretudo nas obras cubistas e expressionistas, ocorreu-lhe: porque não associar as duas coisas de que mais gostava? Foi assim que as peças nas pinturas assinadas por nomes como Pablo Picasso ou Amadeo de Souza Cardoso, George Braque ou Henri Matisse, ganharam contornos reais pelas suas mãos. O desafio de Alessandra Romani é passar para 3D objetos de quadros icónicos com existência bidimensional, criando peças em cerâmica que representam objetos presentes nesses quadros.

Neste processo, é estimulante definir aquilo que não se vê no plano do quadro.

Entre as suas peças mais relevantes considera sobretudo aquelas que a princípio achou não conseguir desenvolver e que acabaram por a surpreender. Neste processo, é estimulante definir aquilo que não se vê no plano do quadro. Uma Fruteira inspirada na obra de Gino Severini, Still life with the dome of Saint Peter’s, 1943, é disso exemplo. Sendo muito emocional, a empatia com o trabalho surge especialmente entre clientes que também gostam de pintura e, assim, a Fundação Calouste Gulbenkian é o seu maior cliente, bem como particulares. Para Alessandra Romani, há simultaneamente elementos positivos e negativos em estar no centro da cidade: por um lado, é importante ter uma porta aberta, estar acessível às pessoas, dar a ver os objetos ao vivo. Por outro lado, é bom poder estar a trabalhar isolada sem ser interrompida, concentrada e plenamente dedicada ao que está a fazer.

A matéria vem da terra, não é uma coisa plástica sintética, inventada pelo homem, é uma pasta natural que é fascinante trabalhar.

Considera que, no momento atual, há um boom de pessoas que querem aprender cerâmica, que querem voltar às origens: a cerâmica é uma arte ancestral, que fala connosco. Além disso, a matéria vem da terra, não é uma coisa plástica sintética, inventada pelo homem, é uma pasta natural que é fascinante trabalhar. Nesse sentido, quanto mais expressivo for e mais se sentir a mão do artista, mais único se torna o trabalho.