Um dos maiores desafios que tiveram foi uma encomenda de um particular, para transformar em metal, peças esculpidas em papel, o que resultou num pendente em ouro, feito à mão.
Inês Calado começou por volta dos dezasseis anos, ao fazer uma formação à noite no Ar.Co – Centro de Comunicação Visual. Entrou na ESAD – Escola Superior de Artes e Design, nas Caldas da Rainha, para fazer a licenciatura em Design Industrial e, a meio do curso, realizou um estágio curricular numa oficina de Joalharia. Quando terminou a licenciatura passou a dedicar-se a tempo inteiro, fazendo depois o curso de Joalharia da Contacto Directo e colaborando com várias oficinas. Obteve ainda uma especialização em software de Design 3D, no IGE - Instituto Gemologico Español, em Madrid, Espanha. Quando terminou o curso de Joalharia, ficou a dar assistência de formação na Contato Directo, funções que continuou a desempenhar no Centro de Joalharia de Lisboa até hoje, onde acumula as funções de responsável pedagógica. Foi aí que conheceu Rute Marques, a atual sócia, à época aluna. Rute Marques formou-se em Gestão de Empresas na Universidade Autónoma de Lisboa e viveu durante dez anos em Espanha, trabalhando sempre na área financeira. É também diplomada em Gemologia pelo IGP - Instituto Gemológico Português, curso que concluiu em 2012.
A maior parte das peças que fazem para clientes ou são obra nova ou são transformações de peças antigas às quais dão uma vida nova.
Quando regressou a Portugal, continuando a fazer controlo financeiro, iniciou a sua formação à noite na Contacto Directo, passando depois para o Centro de Joalharia de Lisboa, onde teve Inês Calado como formadora. Em 2014 decidiram juntar-se, criando a marca Allis Jewellery. A formação continuou tendo ambas finalizado o curso de Micro cravação na ELIT, em Madrid, Espanha. Através da marca, começaram a dar assistência a várias joalharias. Um dos maiores desafios que tiveram foi, uma encomenda de um particular, para transformar em metal, peças esculpidas em papel, o que resultou num pendente em ouro, feito à mão. A maior parte das peças que fazem para clientes ou são obra nova ou são transformações de peças antigas às quais dão uma vida nova. As suas coleções, várias por ano, têm sempre uma estória por trás: a andorinha é uma das suas peças mais características, em anel, brincos, pequena e grande. Entre os seus clientes encontram-se particulares, alguns deles que surgem através das feiras onde participam, e empresas como ourivesarias ou a Bulgari, marca que representam em Portugal. Para Inês Calado e Rute Marques, era impensável não estar em Lisboa: apesar de não terem oficina aberta, a acessibilidade é fácil para os clientes. Consideram que o ofício não se está a perder e que a área se está a desenvolver cada vez mais.
Antigamente a Joalharia era uma área muito familiar e inacessível por não existirem escolas.
Se antigamente a Joalharia era uma área muito familiar, um ofício sobretudo de homens cujo conhecimento era inacessível por não existirem escolas, hoje, a formação é diversificada e normalmente direcionada para as pessoas serem polivalentes e poderem lançar as suas próprias marcas.