Atelier Cabine

Temos a responsabilidade de trabalhar com
coisas que têm um valor ancestral.

Responsáveis:
Ana Rafael, Hugo Bernardo, Marília Mira

Morada:
Rua Palmira, Nº 36
1100-099 Lisboa

Telefone:
+351 91 657 90 45

Facebook:
@ateliercabine

E-mail:
ateliercabine@gmail.com

Áreas de Trabalho

Formação / Gravura / Joalharia / Joalharia contemporânea

Maquinaria

Prensa de gravura / Laminadora / Máquina de puxar fio

Área

120 m2

Aberta desde

2016
Atelier Cabine – Fotografias: Mariella Gentile

Num espaço que era uma antiga padaria foram feitas adaptações para funcionar como ateliê de joalharia e de gravura.

O Atelier Cabine é um espaço de trabalho coletivo dedicado à prática oficinal artística de joalharia e de gravura e ao exercício e ensino das atividades de expressão plástica. O projeto visa o desenvolvimento do trabalho autoral dos artistas residentes, sendo simultaneamente anfitrião de atividades expositivas. Fazem parte Ana Rafael, Hugo Bernardo e Marília Maria Mira. A primeira vez que Ana Rafael fez gravura foi na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, enquanto frequentava o curso de pintura, tendo passado mais tarde também pelo Ar.Co – Centro de Comunicação Visual, onde passou a explorar melhor o meio. Quando termina o curso adquire uma prensa, onde tem exercido a prática. O seu interesse neste suporte reside no resultado final da gravura, que permite fazer sulcos no papel, a chamada Gravura Cega ou Relevo. Entre os seus trabalhos mais relevantes, relembra a exposição de recortes em papel aliados a objetos tridimensionais, realizada em 2014. Os seus clientes são artistas plásticos e colecionadores.
A atividade de artista plástico de Hugo Bernardo é focada no desenho e na pintura e a gravura surge em 2006, no Ar.Co – Centro de Comunicação Visual, ao trabalhar com Hugo Amorim, tendo trabalhado posteriormente também com Constança Meira. Em rigor, o suporte da gravura é um mecanismo de artes plásticas, algo que permite criar com uma organização extremamente oficinal, em que tem de se respeitar etapas e cuja exigência técnica permite um resultado muito específico.

Hoje a possibilidade de imprimir é gigantesca, portanto, a gravura adquire outro estatuto, o da exploração de provas únicas com um acabamento visual e gráfico inconfundível.

Hoje, com a democratização das imagens através dos meios digitais a possibilidade de imprimir é gigantesca, portanto, a gravura, enquanto meio de cópia e reprodução desaparece, e adquire outro estatuto, o da exploração de provas únicas com um acabamento visual e gráfico inconfundível. Como trabalho mais relevante menciona a exposição Monotipias, figuras isoladas em espaços abstratos, exposto na Galeria Alecrim 50 em 2014. Os seus clientes são essencialmente colecionadores, que compram por demanda pessoal, e curiosos, tendo clientes regulares e irregulares.
Marília Mira tirou o curso de Joalharia no Ar.Co – Centro de Comunicação Visual entre 1982 e 1987, a que se seguiu a Escola Massana d'Art i Disseny, em Barcelona, iniciando o seu percurso profissional quando regressa a Portugal, em 1988. Começou por montar ateliê em casa e, em 1994, abre uma oficina com Stefano Maroschek. Faz uma residência no espaço de  Leonor Keil e, mais tarde, volta à oficina nas traseiras do Castelo de São Jorge, agora Oficina Catarina Dias, como artista convidada. A possibilidade de integrar o Atelier Cabine surge entretanto. Para além da sua prática de Joalharia, dá aulas no Ar.Co – Centro de Comunicação Visual e na Escola Artística António Arroio. Entre os seus trabalhos mais relevantes refere: corações feitos com pele de tubarão para usar nas mãos; coleção de contentores de cheiro: objeto portável no corpo que permitia que a pessoa adquirisse um cheiro ambiental; trabalhos com fotografia impressa em diversos materiais como organza; Sala 66, integrado num evento realizado no Museu de Arte Antiga, em que escolheu a sala 66 (Sala Patinho), retirando pequenos pontos e transformando em imagem esmaltada que transformou em pendentes. Os seus clientes são pessoas que fazem encomendas de objetos que os próprios desenharam, ou pessoas que adquirem as suas próprias criações, sempre particulares.

Um ateliê no centro tem associado um valor histórico e simbólico: no século XIX muitos edifícios tinham as habitações em cima e as lojas em baixo.

Num espaço que era uma antiga padaria, foram feitas adaptações para funcionar como ateliê de joalharia e de gravura e para permitir dar cursos de pintura, de desenho e de gravura. A acessibilidade ao ateliê é determinante. Um ateliê no centro tem associado um valor histórico e simbólico: no século XIX muitos edifícios tinham as habitações em cima e as lojas em baixo. Aqueles que se dedicam às Artes e Ofícios têm a responsabilidade de trabalhar com coisas que têm um valor ancestral. Há um trabalho de preservação a fazer para que estes saberes-fazer específicos não desapareçam.