Nome da oficina:
José Mendes Conservação e Restauro
Responsável:
José Mendes
Telefone:
+351 91 743 05 94
E-mail:
mendesrestauro@sapo.pt
O saber de um conservador restaurador está na
confluência de uma série de conhecimentos.
Nome da oficina:
José Mendes Conservação e Restauro
Responsável:
José Mendes
Telefone:
+351 91 743 05 94
E-mail:
mendesrestauro@sapo.pt
José Mendes começa por seguir a área de Belas-Artes, frequentando o curso profissional de Artes Gráficas da Escola António Arroio, em Lisboa. Ao completar o 12º ano, a sua professora de História da Arte fala-lhe no curso de Conservação e Restauro, área com que já tinha tido contacto em visitas a ateliês de restauradores. Em 1991, ingressa no curso de Conservação e Restauro na Escola Superior de Conservação e Restauro, em Lisboa. Ao terminar o curso, em 1996, abre o seu ateliê e a formação académica foi também avançando paralelamente à prática, tendo obtido a licenciatura na Universidade Nova de Lisboa e concluído o doutoramento em Conservação e Restauro em pintura pela Universidade Católica, na Escola das Artes.
No início trabalha sobretudo com restauro de cerâmica e posteriormente passa a fazer também restauros em pintura. A oficina foi passando por várias zonas de Lisboa até se estabelecer na freguesia da Estrela, onde se encontra atualmente. Integra alguns projetos do Instituto Português de Conservação e Restauro, onde restaura as pinturas da nave central da Igreja da Madredeus, em Lisboa, um retábulo flamengo do século XVI do Museu de Évora e um retábulo de Ferreira do Alentejo, também atribuído ao século XVI. Faz o restauro de uma pintura sobre tela da capela da Igreja de São Roque na Marinha. Normalmente trabalha com clientes privados o que lhe permite trabalhar numa escala mais pequena. Prefere o trabalho mais minucioso e os clientes particulares que procuram este serviço são bastante exigentes e dão valor ao trabalho.
A Conservação e Restauro já não é um ofício como antigamente, que se transmitia de mestre para discípulo, tal como funcionava com os pintores, embora num meio mais fechado, pois os restauradores não revelavam as receitas e as técnicas. Era um meio muito envolto em secretismo. Hoje a profissão tem uma base científica muito grande, com formação superior, com uma componente de Humanidades e outra científica. Um conservador restaurador está na confluência de uma série de conhecimentos. Tem que ter uma base que articula esses conhecimentos para poder interagir com as pessoas das várias áreas quando se está a realizar o trabalho, que muitas vezes envolve uma equipa multidisciplinar: um historiador de arte que faz o enquadramento, um químico que faz as análises, entre outros. É necessário articular o estudo que se está a fazer e o que se está a encontrar nessa obra com o trabalho desses técnicos, conhecer o funcionamento dos métodos de exame e análises que estão disponíveis para estudar as obras, definir o que se pretende, interpretar os resultados das análises e conseguir transmitir todas essas informações ao historiador de arte para ter um diálogo com ele de forma a chegar conclusões. Porque está muito tempo a trabalhar numa obra, um conservador restaurador, consegue ver uma série de detalhes que muitas das vezes quem está a fazer um estudo de História de Arte não consegue ver imediatamente. Por exemplo, pode não conseguir distinguir o que é falso do que é verdadeiro, o restauro do original e o conservador restaurador consegue fazer essa ponte.
José Mendes considera fundamental que o ofício permaneça no centro da cidade: as pessoas que têm obras de arte não gostam de se deslocar para muito longe e normalmente habitam na cidade. Viver na periferia ou no campo não é uma vantagem.