Mário Ferreira

Sempre me impressionou o meu avô
saber as horas sem utilizar o relógio.

Responsável:
Mário Ferreira

Morada:
Rua dos Douradores, 135 – 4º Esq.
1100-204 Lisboa

Telefone:
+351 96 753 66 88

E-mail:
mario.relojoeiro@gmail.com

Áreas de Trabalho

Compra, venda e troca de relógios usados / Reciclagem / Relógios / Relojoaria / Reparação de relojoaria de pulso / Restauro / Restauro de relojoaria de pulso

Maquinaria

Torno / Máquinas de regular e ver defeitos / Máquina de medir relógios de quartzo / Máquina de lavar relógios / Máquina de abrir e fechar / Máquina para colocar vidros / Máquina par fechar caixas / Máquina para alimentar relógios / Máquina para testar impermeabilidade / Desmagnetizador / Estojo com punções e cravadeira universal

Área

40 m2

Aberta desde

2011
Mário Ferreira – Fotografias: Mariella Gentile

Tem reparado alguns dos mais complexos relógios que existem, como os relógios de viagem, que se usavam nas carruagens, do século XIX.

Nos passeios pelo campo que fazia com o avô, Mário Ferreira ficava sempre impressionado por este saber as horas, mesmo não utilizando relógio. Quando, conclui quarta classe, o avô oferece-lhe um relógio de sol e a curiosidade pelos aparelhos de medir o tempo começa a instalar-se. Aos quinze anos, vem para Lisboa aprender a profissão, na oficina do mestre António Ferreira, na Rua Cavaleiro de Oliveira. Depois vai para a Ourivesaria Cristóvão onde ganha confiança no ofício e fica até aos vinte anos. Faz o serviço militar e, quando sai da tropa, vai para a casa Rodrigues, Gonçalves e Neves, na Rua dos Sapateiros, considerada uma das melhores casas do ramo na altura. É aí que Mário Ferreira cresce no ofício, realizando também diversos cursos de aperfeiçoamento na Casa Pia de Lisboa, suportados pela Federação de Relojoaria Suíça. Na década de 1960 surgem os relógios eletromecânicos, havendo uma grande evolução na Relojoaria e Mário Ferreira foi sempre fazendo cursos de aperfeiçoamento relacionados com as inovações.

Considera que a Baixa Lisboeta é o local mais interessante para encontrar ofícios tradicionais porque a parte mais antiga da cidade está associada a profissões também elas antigas.

Já com sessenta e dois anos, quando a casa fecha, decide abrir a sua oficina e, em 2011, estabelece-se na Rua dos Douradores, onde se mantém até hoje. Tem reparado alguns dos mais complexos relógios que existem, como os relógios de viagem, que se usavam nas carruagens, do século XIX. Onde se sente melhor a trabalhar é na relojoaria fina, como por exemplo nos relógios das marcas Audemars Piguet e da Jaeger-LeCoultre. Os seus clientes são sobretudo colecionadores e algumas lojas que adquirem relógios para restauro.

Tem trabalhado sempre na Baixa e todas as ourivesarias o conhecem. Considera que a Baixa Lisboeta é o local mais interessante para encontrar ofícios tradicionais porque a parte mais antiga da cidade está associada a profissões também elas antigas. Tanto assim é que as ruas mantêm o nome dos ofícios que um dia aí existiram.

O curso de relojoaria da Casa Pia de Lisboa mantém-se e os alunos que têm boas notas vão imediatamente para as fábricas na Suíça.

Desde 1974 que a aprendizagem dos ofícios se alterou, com a introdução do ordenado mínimo e da escolaridade mínima obrigatória. Por exemplo, o curso de relojoaria da Casa Pia de Lisboa mantém-se e os alunos que têm boas notas vão imediatamente para as fábricas na Suíça. É preciso ter habilidade e gostar muito do que se está a fazer.