Ilídio António

O Bairro Alto é, e sempre foi, o
bairro das Artes Gráficas.

Responsável:
Ilídio António

Morada:
Rua da Vinha, 13A
1200-475 Lisboa

Telefone:
+351 21 347 22 16

E-mail:
ilidiomfantonio@gmail.com

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Áreas de Trabalho

Conservação e restauro de documentos gráficos / Encadernação

Maquinaria

Guilhotina / Cesália / Prensas / Material de gravação / Balancé

Área

55 m2

Aberta desde

1980
Ilídio António – Fotografias: Mariella Gentile

A própria clientela é que cria a forma de estar num determinado local.

Faz a aprendizagem do ofício de encadernador aos treze anos, em 1966, na ARDEM – Associação para a Recuperação dos Deficientes da Mobilidade, uma escola-oficina em Alfama, com o mestre Orlando Pires. A escola recebia à altura milhares de livros para recuperação da extinta Biblioteca Itinerante da Fundação Calouste Gulbenkian. A partir de 1972, Ilídio António começa a trabalhar na oficina Raul de Almeida, onde fica oito anos e, em 1980, surge a oportunidade de abrir a sua própria oficina, no local onde já fazia os serões desde 1973, no Bairro Alto. Foi convidado a dar aulas no Convento dos Inglesinhos, na altura em que era um Centro de Aprendizagem de Ofícios, com oito cursos promovidos pelos Serviços de Assistência da Ordem de Malta e aí iniciou a oficina com quinze alunos. Antigamente encontravam-se muitos aprendizes nesta área, porque se podia aprender um ofício aos doze anos. Depois passou para os catorze, o que ainda é aceitável, e depois para os dezasseis, uma altura em que já é muito complicado aprender um ofício. Há que ter os dedos muitos sensíveis e ter vontade.

Entre os seus trabalhos mais relevantes, recorda sobretudo os livros quinhentistas que lhe chegam, bem como a encadernação adequada à época de um livro sobre cavalaria do século XVII.

Entre os seus trabalhos mais relevantes, recorda sobretudo os livros quinhentistas que lhe chegam, bem como a encadernação adequada à época de um livro sobre cavalaria do século XVII. Tem clientes fidelizados há mais de trinta anos, na sua maioria particulares, mas também instituições como a Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian. A própria clientela é que cria a forma de estar num determinado local. Porém, em termos de tradição, o Bairro Alto é e sempre foi o bairro das Artes Gráficas. As oficinas foram fechando, quer porque os donos morreram ou se reformaram, mas permanece ainda essa imagem. Vai a casa buscar e entregar livros.