Vera Faísco

Antigamente o saber era mais especializado, hoje
é necessário ter um leque completo de técnicas.

Responsável:
Vera Faísco

Telefone:
+351 96 571 15 35

Facebook:
@vera.faisco.restauro

E-mail:
vera.faisco@gmail.com

Áreas de Trabalho

Conservação e restauro de arte sacra / Conservação e restauro de escultura / Conservação e restauro de mobiliário / Conservação e restauro de pintura mural / Conservação e restauro de talha dourada / Dourador / Embutidos / Empalhamento / Entalhador / Marcenaria / Pintura / Polimentos à francesa / Reprodução de mobiliário antigo / Restauro / Talha

Maquinaria

Máquina de corte de embutidos / Serra de fitas / Esmeril

Área

20 m2

Aberta desde

1991
Vera Faísco – Fotografia: Mariella Gentile

Para Vera Faísco, o restauro não é apenas uma limpeza, é uma reconstrução: a madeira é um ser vivo que reage e o processo de recuperação encerra grande beleza.

A primeira vez que contacta com a área das madeiras é ainda no liceu, na Vidigueira, no Alentejo, e percebe de imediato que quer enveredar por essa profissão. Ainda enquanto estudava, trabalhou com dois mestres, marceneiros de restauro, durante três anos. Ao completar o 9º ano, consegue uma bolsa de formação para ir estudar para o CEARTE - Centro de Formação Profissional do Artesanato, em Coimbra. Aí, faz a formação completa de marcenaria e carpintaria, talha, torno, iniciação de embutidos e o curso geral de restauro. Quando completa os estudos, vai para Lisboa e começa a trabalhar para uma empresa chamada DécorSéculo, onde inicia os primeiros trabalhos em restauro de igrejas. Nessa altura estava também a tirar formação em douragem e limpeza de altares e de imagens na Escola Autónoma de Lisboa, com complemento de restauro e pintura. Quando a empresa fecha, monta a sua oficina na Matos e Rosa, de quem já era cliente, uma oficina com quase duzentos anos. A oficina onde trabalhava, fica ao lado da oficina de um dos dois mestres que aí trabalhavam. Para além do trabalho que já desenvolvia com os seus próprios clientes, começa a trabalhar com ele, o que lhe permitiu continuar a receber formação ao longo de quinze anos. Depois do espaço fechar, abre então a sua oficina, onde se encontra ainda hoje. Ao todo, está a trabalhar no ofício desde 1991.

No final dos anos 90, altura em que tira o curso havia, de facto, muitas oficinas em atividade, atualmente existe uma grande oferta de cursos de Conservação e Restauro, na Universidade.

Entre os seus trabalhos mais relevantes encontram-se o restauro de várias peças de mobiliário do Palácio Santo André na Graça, em Lisboa, o restauro geral da Igreja do Cabo Espichel em Sesimbra e da Igreja da Via Longa e o restauro do Altar-Mor da Igreja Nossa Senhora da Glória também na Graça, em Lisboa. Fazem também o restauro da talha da sala que ardeu no Palácio Nacional de Queluz, da pintura mural na Biblioteca Nacional e na Reitoria da Universidade Técnica de Lisboa.

Os seus clientes são essencialmente particulares que aconselham o seu trabalho a outros, tendo uma carteira de clientes fidelizados.

Considera que hoje há mais procura para a aprendizagem deste ofício do que antigamente, nomeadamente por arquitetos que procuram complementos à sua formação a nível do restauro. Contudo, antigamente o saber era mais especializado e hoje, para conseguir manter-se, é necessário ter um leque completo de técnicas. Os mestres estão a desaparecer e nas escolas aprendem-se apenas as bases: uma formação de três anos não é o suficiente, para estudar todas as áreas que este ofício engloba é necessário estar no mínimo cinco anos com um mestre.

Os mestres estão a desaparecer e nas escolas aprendem-se apenas as bases: uma formação de três anos não é o suficiente, para estudar todas as áreas que este ofício engloba é necessário estar no mínimo cinco anos com um mestre.

Porventura, no futuro, as pessoas poderão dar mais valor às antiguidades e isso poderá contribuir para a continuidade da profissão. É, no entanto, uma profissão muito exigente, por exemplo em termos de horas de trabalho.

Para Vera Faísco, o restauro não é apenas uma limpeza, é uma reconstrução: a madeira é um ser vivo que reage e o processo de recuperação encerra grande beleza.